segunda-feira, 30 de abril de 2007

Museus - Um desafio a vencer

O conceito de museu vai muito além do que é preconizado e deve mudar mais ainda neste século XXI. Essas instituições que abrigam coleções de objetos de valor artístico-cultural, científico ou histórico têm um papel importante para a educação e o entretenimento.

É a própria identidade de um povo, de uma nação e seu alcance social só é atingido quando existe uma interação museu e sociedade. Daí a necessidade de transformar o estático e inanimado em um processo dinâmico, onde deve persistir uma relação de troca e de convívio em um universo de valores.

Mas, como fazer para vencer este desafio? A resposta está na educação. Está na hora de acabar de uma vez por todas com o estigma “velharia”, que lembra museu. Esta é uma visão distorcida e insensível, com significado depreciador.

O patrimônio antigo emociona e causa admiração às pessoas em função das técnicas utilizadas, dos tipos de materiais e da forma como foi feito. Isto desperta a curiosidade e estimula a reflexão sobre a preservação despertando o desejo de que gerações futuras possam conhecê-lo.

A educação é primordial para que o patrimônio cultural seja valorizado, daí a importância de como os planos diretores são redigidos, implantados e avaliados, pois seu papel é estratégico, transformando-se na ponte entre o conhecimento e a informação como suporte essencial ao processo educativo.

A valorização dos museus requer a formulação de planos diretores que concentrem ações na área de educação. A base está na reciprocidade entre o museu e a escola, forjando uma educação patrimonial, estimulando à vocação artística, formando cidadãos, tornando-os sujeito de todo um processo.

Museu é cultura, é lazer, fonte de conhecimento e agente transformador de grande alcance social. Como a maioria dos museus pertence a estados ou municípios com ações restritas e burocratizadas, o caminho é transformá-los em Organizações Sociais proporcionando maior liberdade e agilidade nos procedimentos e no desenvolvimento de projetos, de parceiros, de intercâmbios, etc.

A globalização tende a homogeneização de culturas, de hábitos, costumes e usos. Os museus desempenham papéis referenciais, de preservar o patrimônio e a memória, sem abrir mão da tecnologia da informação, da comunicação, do marketing e acima de tudo de sua função.

Portanto, os museus serão a bola da vez quando passarem da fase das experiências pontuais para a sistêmica, investindo em educação patrimonial nas escolas, universidades, enfim no ensino formal como foi feito na área ambiental, principalmente objetivando o desenvolvimento humano sustentável.
Marcelo Oliveira

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