sábado, 29 de dezembro de 2007

ROTEIROS TURÍSTICOS - DESTINOS

Turismo cultural na Dinamarca (*)



O Reino da Dinamarca está situado no norte da Europa. Como os demais países escandinavos, tem um alto padrão de vida, é a pátria dos antigos vikings e possui a monarquia mais antiga da Europa. A Dinamarca apresenta relevo plano, baixo, e com litoral recortado por pântanos, florestas, ilhas, lagos, baías e fiordes.

É formada pela península da Jutlândia e mais de 400 ilhas. É uma mistura de influências continentais e escandinavas. O país faz parte da União Européia, mas juntamente com a Suécia e a Inglaterra não aderiu à moeda única, o euro.

A sua capital é Copenhague, fundada pelo bispo Absalon, em 1167. Localizada na ilha da Selândia, as margens do estreito de Oresund, charmosa e cosmopolita, se traduz em uma importante destinação turística do norte europeu. É a porta de entrada da Escandinávia.

Cidade com forte tradição marítima desde os tempos dos vikings; comunica-se com o Mar Báltico e o Mar do Norte através de seus canais. A cidade é um verdadeiro presente para os visitantes; percorrer suas ruas, andar de bicicleta pelas sagradas ciclovias, conhecer seus charmosos bairros, passear pelos seus canais, significa mergulhar em mais de 1000 anos de história e cultura do povo dinamarquês.

Copenhague é muito organizada, bem sinalizada, seus prédios antigos e governamentais são bem conservados, suas ruas e praças são bem cuidadas. Tem excelência em serviços públicos e seu povo é considerado como um dos mais felizes do mundo.

As guerras e incêndios a que a cidade foi submetida pela liga Hanseática, pela Suécia, pela Inglaterra e pela ocupação nazista de Hitler, destruíram a Copenhague medieval. Porém, a cidade conserva uma admirável riqueza de edifícios renascentistas, do tempo do rei Christian IV, o rei construtor.

O marco de Copenhague, símbolo de toda Dinamarca, está representado por um dos monumentos mais fotografados do mundo - A Pequena Sereia. Uma estátua de bronze de apenas 1,65m do escultor Edward Eriksen, inspirada no conto publicado em 1837, pelo poeta e escritor dinamarquês Hans Christian Andersen (1805-1875). Está localizada perto do cais do porto dos cruzeiros, na Langelinie sobre uma pedra, especialmente bela no inverno, quando o Mar Báltico congela e fica coberto por um manto branco, formando um cenário encantador.

A história da Sereiazinha que se apaixona loucamente por uma ser humano com conseqüências trágicas, é um dentre os 156 contos publicados por Hans Christian Andersen, considerado o maior escritor de literatura infantil do mundo. Entre suas obras, destacam-se os contos de fadas, como O Patinho Feio, As Roupas Novas do Imperador, A Caixinha de Surpresas, A Princesa e a Ervilha, O Soldadinho de Chumbo, Os Sapatinhos Vermelhos, A Pequena Sereia, João Bobo, O Rouxinol, A Menina dos Fósforos, João Grande e João Pequeno e A Arca Voadora.

Suas obras foram traduzidas para mais de 120 idiomas. Mas, ele não escreveu apenas contos de fadas, escreveu também peças de teatros, histórias, canções patrióticas e romances. O reconhecimento internacional aconteceu com a publicação do romance - O Improvisador, em 1835.

Além de escrever, outra grande paixão de H. C. Andersen eram as viagens. Seu lema era “viajar é viver”, que o acompanhou durante toda a sua vida. O mais importante escritor da literatura infantil nasceu em Odense, filho de sapateiro e mãe lavadeira, teve uma infância pobre agravando-se com a morte de seu pai, quando tinha apenas 11 anos, interrompendo seus estudos.

Aos 14 anos foi para Copenhague onde começou a fazer teatro. Tentou ser cantor, bailarino e ator, mas sua verdadeira vocação era a literatura e a arte de escrever. Ainda muito jovem começou a publicar seus primeiros trabalhos, entrou para a Universidade de Copenhague e depois veio o reconhecimento de seu trabalho, que o imortalizou.

Sua obra tem fortes contrastes, os sentimentos opostos – fortes e fracos, bonitos e feios, exploradores e explorados, enfim mostrava padrões de comportamento da sociedade. A melhor maneira de conhecer a vida e a obra de H.C. Andersen é visitar a sua cidade natal, Odense, que fica na ilha de Fiônia, distante 100 km de Copenhague. A cidade tem hoje sua atividade turística voltada culturalmente para a vida e a obra do famoso escritor.

A casa onde ele viveu é o coração da cidade, possui bons museus, teatros, e interessantes exposições sobre o escritor. Mas é no museu dedicado a H.C. Andersen, que se encontram as raras edições de contos fabulosos, notas, textos e cartas particulares.

A cidade é famosa e muito conhecida pelo seu charmoso e encantador bairro antigo, que conserva suas ruas de pedras, onde as casas são pequenas, baixas, coloridas e de telhados bastante inclinados. A sensação que se tem é de um verdadeiro conto de fadas.

O dia 02 de abril é o Dia Internacional do Livro Infanto-Juvenil, data de nascimento do escritor, que deu nome ao mais importante prêmio internacional do gênero: Hans Christian Andersen Awards. Turismo e letras podem e devem andar juntos; a literatura e a arte são elementos de forte atração turística e estrategicamente devem constar no planejamento turístico. O que se observa, é uma perfeita combinação entre Educação e Turismo, favorecendo a atividade, gerando emprego, renda e acima de tudo conhecimento, cultura e lazer.

Visitar as cidades de Copenhague e Odense, locais onde viveu e nasceu Hans Christian Andersen, os cenários descritos em suas obras, os monumentos, os museus, as exposições, traduzem a verdadeira essência do turismo cultural: a pesquisa e o conhecimento.

Marcelo Oliveira

(*) Publicado no JC-ONLINE em 28.11.2007

Para saber mais sobre a Dinamarca, acesse o site: http://www.visitdenmark.com/

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

TURISMO EM DEBATE

“Importância da Contabilidade no Segmento Turístico da Hotelaria”


O turismo traduz-se num conjunto de manifestações sociais e humanas, portanto é um fenômeno bastante complexo, cuja satisfação depende das infra-estruturas e superestruturas e mais ainda, da qualidade humana e profissional dos agentes que prestam o serviço.

A verdadeira dimensão do turismo encontra-se no fato de ser um componente de desenvolvimento econômico, social e cultural de um país, gerando empregos e riquezas. Sua complexidade é função da combinação dos vários elementos que compõem o produto turístico.

Os componentes do produto turístico além do atrativo propriamente dito, são o transporte, o alojamento, a alimentação e o entretenimento. Eles são interdependentes e juntos, tem por objetivo maximizar a satisfação do turista.Portanto, alojamento ou acomodação é um dos segmentos bastante relevante para o turismo; podemos afirmar que é peça-chave dentro da atividade turística.

A “indústria da hospitalidade” exerce cada vez mais, importância na maioria dos países, pois emprestam instalações para diversos negócios, tais como reuniões, seminários, conferências, congressos, recreações e entretenimentos. Dessa forma, os hotéis têm um papel relevante para a economia e para a sociedade. A indústria hoteleira caracteriza-se pelo alto nível de competitividade. Necessita de um acompanhamento especial, pois além de prestar serviços, ela pode desenvolver produção de bens, comércio, refeitório, alojamento de funcionários e outros.

Na atividade hoteleira, como em qualquer outra, é fundamental que os gestores façam uso eficiente e eficaz de informações gerenciais, incluindo o sistema contábil-gerencial para a tomada de decisão. A contabilidade é um imperativo para controlar as atividades e os resultados, funciona como uma ferramenta estratégica na marcha dos negócios, principalmente pela sua visão abrangente e por disponibilizar informações precisas sobre os custos, receitas, despesas, lucros, prejuízos, etc.

A alma da empresa hoteleira sem dúvida é a contabilidade, pois através dela encontramos os registros de todos os atos e fatos. Sua transparência funciona como um raio-X permanente do negócio, permitindo ao empreendedor uma tomada de decisão rápida e objetiva.

O importante é que o empresário hoteleiro não considere a contabilidade como um fim em si mesma, mas sim como um precioso auxiliar para a gestão consciente e criteriosa dos seus empreendimentos.

Como negócio, a hotelaria apresenta características específicas, em função da natureza de suas atividades, que envolvem propriedade e gestão. O segmento hoteleiro requer níveis de investimento e de capital elevados, onde predominam ativos de longo prazo.

A Controladoria tem um papel importante no assessoramento à administração e a gestão hoteleira fornecendo dados importantes para a tomada de decisões. O controller é um profissional que deve dominar as técnicas hoteleiras, como também as técnicas contábeis, atuando nas áreas de planejamento, sistemas, operações, finanças e gestão contábil. Pode atuar também na auditoria, que é um complemento importante da Contabilidade aplicada à área de serviços.

O grande desafio do empresário do segmento hoteleiro é conhecer de forma geral seu negócio. A gestão hoteleira tem características multidisciplinares e requer uso indispensável da Contabilidade Aplicada. Sem as ferramentas básicas empresariais o negócio ficaria como diz José Carlos Marion: “Uma empresa sem boa contabilidade é como um barco, em alto-mar a deriva, ao sabor dos ventos”, sem rumo.

A empresa hoteleira necessita dessas ferramentas para a sua sobrevivência quando devida e adequadamente utilizadas, tais como: A Demonstração de Resultado do Exercício - DRE, do Balanço Patrimonial – BP e da Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados – DLPAc., além do Fluxo de Caixa, Formação de Preços, Plano de Contas e de Indicadores-Padrões.

O turismo tem um forte papel estratégico na economia dos países, ocupando o setor terciário, o de serviços. Porém, os problemas gerais do turismo, associados às questões específicas do setor hoteleiro, como sazonalidade, baixa taxa média de ocupação, elevados custos, mão-de-obra especializada e baixa produtividade tem levado o setor a re-estruturar gerencialmente suas unidades, visando a saúde financeira de seus estabelecimentos.

Enfim, o ramo hoteleiro de serviços, é um campo fértil para estudos e pesquisas contábeis, principalmente da Contabilidade Aplicada, no caso chamada de Contabilidade Hoteleira.

A importância da Contabilidade no Segmento Turístico da Hotelaria não está somente condicionada a prática do exercício contábil, mas também aos profissionais pelo seu importante papel social enquanto agentes de mudança, contribuindo para o crescimento e desenvolvimento da nação. Parabéns...
Marcelo Oliveira

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Turismo Cultural

CASAPUEBLO – A morada do sol (*)



Punta Del Este, no Uruguai, é um balneário de luxo, muito famoso, não só pelos seus atrativos naturais, mas principalmente pelo turismo levado a sério, na província de Maldonado, atraindo visitantes de todas as partes do mundo.

Infelizmente o mercosul como bloco econômico não conseguiu congregar os interesses que não fossem só comerciais, deixando um hiato no setor cultural, onde o turismo é vital para o entendimento dos povos. Independente do fator econômico o turismo envolve aspectos relevantes sociais e democráticos para o continente sul-americano.

Punta Del Este tem um símbolo maior chamado casapueblo, obra do fantástico Carlos Páez Vilaró, que além de escultor, pintor, ceramista, muralista, escritor revelou-se arquiteto talentoso, criativo e inovador.

A casapueblo, de cor branca, está debruçada sobre o mar; faz lembrar as construções mediterrâneas, e com suas linhas arredondadas faz lembrar as obras de Gaudí, em Barcelona, na Espanha.

A “escultura habitável” como diz o próprio artista é um misto de “arte e aventura que sempre estiveram juntas”. Foram mais de 36 anos dando forma, contorno e sustentação a um sonho. Primeiro uma casinha de lata, depois de madeira e finalmente de cimento. A oficina de trabalho e morada juntas, formam o atraente ateliê-museu, onde existem espaços para atividades culturais, do tipo: exposições, concertos, conferências, etc.

Carlos Páez Vilaró, nasceu em Montevidéu, no dia 01 de novembro de 1923 e deu vida a Punta Ballena, transformando a península em cartão-postal do Uruguai. Com suas mãos desafiou a arquitetura clássica, pediu desculpas a ela, moldou a paisagem e a geografia humana.

Suas obras estão espalhadas pelo mundo, principalmente no continente africano e na Polinésia francesa onde morou. Através de um excelente trabalho de marketing produziu inúmeras exposições itinerantes e difundiu a arte, conquistando a admiração e o respeito pelo seu trabalho.

O fascinante encanto do entardecer é reverenciado todos os dias, através da cerimônia do pôr-do-sol. O cenário emociona, é nostálgico e inesquecível. Todos vão a varanda da casapueblo e silenciosamente ouvem uma fita narrada pelo próprio artista. “É uma conversa com o sol, meu amigo mais antigo”. É um espetáculo à parte e têm atraído muitos visitantes.

A casapueblo é imperdível como atração turística, não só pela monumentalidade arquitetônica, mas pelo sentimento humano que a obra do Carlos Páez Vilaró produziu ao conjunto atelier-museu e hotel. Sim também hotel, com mais de 70 apartamentos e uma curiosidade. Os quartos receberam nomes de hóspedes famosos que primeiramente ali estiveram, tais como, Alain Delon, Omar Sharif, Brigitte Bardot, Robert de Niro, Pelé, Vinicius de Moraes e Toquinho, entre outros.

A morada do sol na verdade é aquela antiga casa, que inspirou Vinicius de Moraes, seu amigo particular, a dizer: “Era uma casa muito engraçada, não tinha teto, não tinha nada...”. Depois foi transformada em canção. A famosíssima cerimônia do pôr-do-sol impressiona e convida todos a uma reflexão; é o encontro de si mesmo com a natureza.

A casapueblo é um exemplo a ser seguido da arte como forma de investimento em áreas turísticas.
Marcelo Oliveira

(*) Artigo publicado no JC-online no dia 17.10.07

Para conhecer um pouco mais a vida e a obra do multifacetado artista Carlos Páez Vilaró visite o site http://www.carlospaezvilaro.com/.

Visitas ao Atelier-Museu: De segunda a Domingo: 10.00 às 18.00 horas. Ingresso: US$ 5,00.




sábado, 29 de setembro de 2007

Roteiros Turísticos Internacionais - Destinos

A Andaluzia e sua Capital – SEVILHA


A Comunidade Autônoma da Andaluzia é formada por oito províncias que ocupam a parte meridional da Península Ibérica, constituindo a região sul da Espanha. Trata-se de uma região aberta a dois mares, sendo um elo de ligação entre o Oceano Atlântico e o Mar Mediterrâneo, entre o continente europeu e africano.

A Andaluzia é uma região de incomparável beleza paisagística e diversidade cultural. Suas raízes culturais pré-históricas vêm desde o Estado de Tartessos, passando pelas civilizações dos iberos, dos fenícios, dos gregos, dos cartagineses, bética romana, visigótica, árabe muçulmana para finalmente ser conquistada pelos reis católicos.

Porém, a dominação islâmica que durou quase oito séculos, deixou marcas indestrutíveis à região. Uma inestimável riqueza artística, cultural e histórica frutificou nos séculos seguintes. Hoje testemunhada através dos seus belos edifícios e monumentos mudéjares, góticos, barrocos e renascentistas.

A região foi sempre ponto de encontro entre culturas e etnias, devido à presença dos conquistadores, colonizadores, comerciantes e viajantes que por ali passaram. O reconhecimento pela UNESCO da Mesquita de Córdova, da Alhambra de Granada e da Catedral, Alcázar e da Lonja de Sevilha (Archivo de Índias) com o título de patrimônio da humanidade se deve ao esplendor vivido durante o Califado de Córdova, o Reino de Granada e o Comércio com as Índias, em Sevilha.

Além do seu invejável patrimônio, a região tem belas praias, interessantes pueblos de casas brancas, touradas, tapas (os petiscos espanhóis), vinho Jerez, seu povo, suas festas e suas procissões religiosas.

A capital da Andaluzia é Sevilha, sede da Junta e do Parlamento, quarta maior cidade da Espanha, importante centro agrícola com importante porto, Sevilha é banhada pelo rio Guadalquivir, que significa Rio Grande, maior responsável pelo desenvolvimento econômico, devido ao comércio com a América. Foi exatamente do porto de Sevilha, que Cristóvão Colombo partiu para o Novo Mundo.

A cidade é conhecida como a mais autêntica de toda a Espanha. Terra do flamenco, das touradas, de Don Juan, dos Imperadores Romanos, Trajano e Adriano, do poeta Fernando Herrera, do escultor Juan Martinez Montañes, dos pintores Francisco Zurbarán, Bartolomé Murillo, Diego Velázquez, dos ilustres São Isidro e Santa Ángela de la Cruz e muitos outros.

Sevilha está no coração da Andaluzia. Concentra os maiores ícones da cultura espanhola, tais como as roupas sevilhanas, as touradas, os barzitos, as tabernas, as tapas e as cañas, as imagens de santos nas ruas, a simpatia de todos e o uso da palavra Olé, que se espalha num labirinto de becos e de vielas pintados de brancos, que reproduzem mais de dois mil anos de história de ciganos, mouros e cristãos.

É uma cidade, vibrante, ensolarada, cintilante e muito viva. Repleta de palmeiras com uma ampla e variada oferta de alojamentos, de transportes, de restaurantes, bares e de atrações.

Sevilha caracteriza-se por um monumental patrimônio artístico, de inconfundível beleza e importância histórica. A gastronomia sevilhana é rica e variada, reflexo de toda sua história. Desfrutar da sua oferta cultural, da suas festas e tradições é uma experiência inesquecível.

A Giralda é o símbolo máximo representativo de Sevilha, por sua história, beleza e fusão harmônica de estilos. Foi o antigo minarete do templo muçulmano. Tem 93 m de altura e é a melhor vista da cidade tendo sido um dia a torre mais alta do mundo. Já a Catedral é uma obra gótica de grandes dimensões, sendo considerada a terceira maior do mundo.

O Palácio Real de Alcázar é o mais antigo palácio real habitado da Europa. Seus jardins impressionam e mostram as influências de diferentes estilos lhe conferindo um grande valor histórico.

A Plaza de España de estilo regionalista é a própria Espanha, com seus 48 bancos representando as províncias espanholas, decorados com azulejos, que mostram os acontecimentos históricos, o brasão e o mapa da província. Há um riacho com quatro pontes que representam os quatro reinos que formavam a coroa espanhola.

A Torre del Oro foi originalmente umas das torres que integrava a muralha de Sevilha. Está localizada às margens do rio Guadalquivir e hoje é sede do Museu Naval.

O Real Maestranza de Caballeria é a praça de touros mais antiga da Espanha, onde ocorrem os festejos taurinos mais importantes da Espanha e do mundo.

O Archivo General de Índias, antigo armazém de comerciantes, guarda toda documentação do descobrimento da América.

Fazer um cruzeiro pelo rio Guadalquivir, conhecer suas magníficas e diferentes pontes, de diferentes estilos e época é um maravilhoso passeio fluvial. O rio é o verdadeiro testemunho de como Sevilha nasceu, cresceu e firmou-se no cenário mundial.

Vale a pena fazer um passeio de charrete, partindo de suas praças e descobrir os encantos desta linda cidade, através de seus bairros típicos: Santa Cruz - o antigo bairro Judeu e o Arenal. Passear a noite na cidade é pura contemplação. Sua iluminação é de muito bom gosto, um espetáculo à parte, e um convite a La Movida, afinal Sevilha é também a capital das tapas.

Sevilha é uma cidade fortemente turística, principalmente depois da Exposição Ibero-Americana de 1929 e da Exposição Universal de 1992. Esses eventos proporcionaram a recuperação de muitos de seus monumentos que foram atingidos durante a invasão francesa e revoluções, como também, a construção de novos edifícios, parques, praças, vias de acesso, de comunicação e de transporte.

O turismo é a principal fonte de receita da região. Em 2006, Sevilha recebeu mais de 2.700.000 visitantes. A atividade turística em Sevilha é coordenada e monitorada pelo Consórcio de Turismo de Sevilha. Os serviços turísticos são avaliados periodicamente através de um programa de qualidade e recebem um selo de Compromisso de Qualidade Turística.

Enfim, visitar Sevilha é abrir o leque, pegar as castanholas, tomar uma sangria, comer umas tapas, bater palmas e gritar Olé... E como já dizia o poeta e diplomata pernambucano João Cabral de Melo Neto, quando cônsul na Espanha, na década de 50: “Há que sevilhizar a vida e há que sevilhizar o mundo”.

Marcelo Oliveira

Para saber mais sobre a Andaluzia e Sevilha acesse os sites:

segunda-feira, 17 de setembro de 2007

Roteiros Turísticos Internacionais - Destinos

COLÔNIA DO SACRAMENTO – URUGUAI (*)


Colônia do Sacramento é uma pequena cidade localizada na margem norte do Rio da Prata, pertencente à República Oriental do Uruguai. Lugar pitoresco, de arquitetura colonial perfeitamente conservado, onde caminhar nas suas ruelas de pedras é voltar ao passado. A cidade é aconchegante e colorida, onde a arte e o bom gosto estão presentes continuamente.

Cidade de colonização portuguesa em território espanhol dista aproximadamente 180 km de Montevidéu e 50km de Buenos Aires. Constitui-se numa relíquia histórica as margens do Rio da Prata. Declarada Patrimônio Histórico Cultural da Humanidade pela UNESCO em 1995.

Colônia do Santíssimo Sacramento foi fundada em 1860, por D. Manuel de Lobo, governador do Rio de Janeiro, sob as ordens do Reino de Portugal, pela sua posição estratégica e pela rota de comércio. Por conseguinte, virou palco de lutas fronteiriças com o Reino de Espanha, tornando-se área de permanente conflito geopolítico do Rio da Prata. Tanto a nível bélico como diplomático, a cidade trocou de dono inúmeras vezes, inclusive chegou a ser anexada ao Brasil com o nome de Província Cisplatina. A partir daí as lutas aconteceram entre brasileiros e argentinos, que mais adiante reconheceram a independência do Uruguai. Finalmente Colônia do Sacramento passou a fazer parte da República Oriental do Uruguai.

Colônia do Sacramento fundada sobre a península de São Gabriel, foi protegida por muralhas e várias fortalezas guardiãs, dentre elas a de São Pedro, São Miguel, do Carmo, Santo Antônio e de Santa Rita. Hoje é a capital do Departamento de Colônia com uma população superior a vinte e dois mil habitantes.

A estrutura da cidade e o seu traçado são de origem portuguesa contrastando com as cidades de origem espanhola. Tais circunstâncias dotaram Colônia do Sacramento de estilos arquitetônicos distintos e bem peculiares, resultado da fusão e misturas de estilos, ora portugueses, ora espanhóis, a que a cidade se submeteu durante o século XVII.

Colônia do Sacramento é um presente para quem a visita. Hoje é uma das cidades turísticas mais visitadas do Uruguai. Ela foi preparada carinhosamente para os visitantes, pois mantém sua graça antiga. Para vivenciar o passado colonial da cidade, basta caminhar pelo bairro histórico, pelas suas ruas estreitas de pedras, com antigos lampiões, casas de pedras com telhados de barros e decoradas com azulejos lusitanos.

Turisticamente trata-se de uma cidade segura com boa infra-estrutura de transporte, comunicação, hospedagem e gastronomia. Para conhecer seus atrativos, suas riquezas patrimoniais são apenas 12 hectares de pura história e deslumbramento.

Seu rico passado, de mais de 300 anos de história começa com a “Puerta de Campo” – um arco em pedra que faz adentrar ao “Casco Viejo” para caminhar pelas ruas e praças e conhecer sua riqueza cultural. Seus museus que estão em torno da “Plaza de Armas” são verdadeiros tesouros: português, espanhol, municipal entre outros.

Seu imponente Farol às margens do Rio da Prata ainda desfila elegante. Vale a pena uma visita às ruínas do Convento de São Francisco e à Igreja Matriz, a mais antiga do Uruguai. Outra interessante visita é conhecer a Casa do Almirante Guillermo Brown, um espaço onde se encontram documentos, moedas, armas e móveis da época. Tem também uma rica coleção da flora e fauna local.

Uma visita ao “Bastion Del Carmen” é muito importante, pois se tem uma vista privilegiada do estuário do Rio da Prata. Na margem oposta o “Puerto de Yates”, oferece uma excelente visão dos barcos e da península.

Conhecer Colônia do Sacramento significa caminhar, essa é a melhor maneira de conhecer a cidade. E quem sabe poder suspirar como antigamente, exatamente na “Calle de los Suspiros”, uma estreita rua de pedra com lampiões, onde estão as casas mais antigas e singulares. Assim você entenderá como funciona este Parque Histórico Nacional chamado Colônia Del Sacramento.

Marcelo Oliveira

(*) Artigo publicado no JC-ONLINE, no dia 31.07.2007

Para saber mais sobre Colônia Del Sacramento visite os sites: http://www.colonianet.com/paseos.htm
http://www.guiacolonia.com.uy/

quarta-feira, 29 de agosto de 2007

TURISMO CULTURAL

O museu de esculturas – Parque Vigeland


No cenário da Escandinávia, na Noruega, precisamente em Oslo, sua capital, encontra-se uma extraordinária criação humana concebida pelo escultor norueguês Gustav Vigeland (1869-1943), o parque de 32 hectares, que hoje tem seu nome. No começo era apenas um anexo do Parque Frogner.

A Noruega ainda é um país pouco conhecido dos brasileiros, talvez pela sua própria posição geográfica ou mesmo pelos preços praticados, que são muito altos. A cidade de Oslo tem o título de uma das mais caras do mundo, perdendo apenas para Tóquio, no Japão.

O Reino da Noruega é um território estreito, comprido e muito recortado. A grandiosidade de seus cenários, formados pelos extremos contrastes de suas paisagens, mistura lagos, montanhas, ilhas, florestas, baías, golfos, geleiras e os espetaculares fiordes que concebem uma identidade própria à esta terra dos vikings.

O país possui uma riqueza cultural expressiva, historicamente colonizada pelos Vikings, de Monarquia Parlamentarista, com altíssimos Índices de Desenvolvimento Humano (IDH). Não faz parte da União Européia, sendo o país mais rico entre os países escandinavos e nórdicos.

A Noruega é conhecida como a terra dos fiordes e principalmente pelos enormes contrastes, pois no verão o país é conhecido como a terra do Sol da Meia-Noite e, no inverno, pela Aurora Boreal. Estes fenômenos atraem turistas de todo as partes do mundo.

Oslo, sua capital, tem uma posição privilegiada, localizada no sudoeste do país. Com quase 700 mil habitantes foi fundada por Harald Hardrade e chamava-se até 1925 de Cristiania.
Oslo é voltada para o mar, à beira de uma imensa baía, dentro do fiorde de Oslo (Oslofjorden). É uma cidade moderna, de estilo neoclássico, bem planejada, vibrante, repleta de galerias, museus, edifícios históricos, parques e uma impressionante vida cultural.

A efervescência do turismo chega com o verão, de maio a setembro, juntamente com a população que dá vida à cidade. Dotada de excelente infra-estrutura básica, de hospitalidade, de transporte, de comunicação, de equipamentos turísticos, aliadas as atrações da cidade, que agrega valores para uma visita.

Nela, encontra-se uma atração que é responsável por mais de um milhão de visitantes por ano, o Parque Vigeland, que constitui uma celebração à vida. São 850 metros de muita arte e dedicação de um artista, que ao longo de mais de vinte anos concebeu este seu projeto ao povo norueguês. É, sem dúvida, um precioso sítio cultural que deve ser preservado para futuras gerações.

São mais de 200 esculturas em bronze, ferro e granito. O conjunto de esculturas representa os distintos ciclos da vida, de forma humana e tamanho natural, todos nus, decoram um largo passeio central. Todas as esculturas são de grandes proporções, apresentam grande expressividade e dramatismo.

É impossível não se encantar com o parque que virou cartão postal da cidade, um verdadeiro museu a céu aberto.

O Parque Vigeland conta hoje com 214 esculturas e 758 figuras, jardins, lagos e imensas alamedas e prados.

Dentro do parque encontra-se o museu Vigeland, com todos os desenhos e modelos originais das esculturas do parque e das obras de Vigeland que estão espalhadas pela cidade. O parque foi sua morada e também sua oficina de trabalho até a sua morte.

As obras esculpidas em pedra (granito) e moldadas em ferro e bronze são de um realismo impressionante, por vezes denominada de “condição humana”.

O parque tem um forte atrativo turístico, planejado cuidadosamente para ser um espaço de lazer e cultura. As esculturas estão distribuídas em 5 conjuntos bem definidos. São eles: a Porta Principal, a Ponte, a Fonte, o Monólito e a Roda da Vida.

O nascimento, a vida e a morte são mostrados de forma nua, onde crianças, jovens, adultos e idosos são retratadas de forma a instigar as mais singelas situações do cotidiano, transformando a nudez em poesia.

Porém, uma escultura chama a atenção de todos. É o Monólito, de 17m de altura e 121 figuras humanas entrelaçadas que descrevem a história da humanidade. No final do parque a escultura a Roda da Vida representa a eterna renovação da vida.

Portanto, o Parque Vigeland é passeio obrigatório para quem visita a cidade, não só para conhecer as obras do artista Gustav Vigeland, como também, o cotidiano do povo norueguês.

O Parque traduz uma sinergia entre o poder da natureza e a criação humana, evidenciando que a arte é uma importante ferramenta estratégica no planejamento turístico.
Marcelo Oliveira.


Para saber mais sobre o Parque de Esculturas e museu Vigeland em Oslo acesse o site: http://www.museumsnett.no/vigelandmuseet/eindex.htm