sábado, 29 de dezembro de 2007

ROTEIROS TURÍSTICOS - DESTINOS

Turismo cultural na Dinamarca (*)



O Reino da Dinamarca está situado no norte da Europa. Como os demais países escandinavos, tem um alto padrão de vida, é a pátria dos antigos vikings e possui a monarquia mais antiga da Europa. A Dinamarca apresenta relevo plano, baixo, e com litoral recortado por pântanos, florestas, ilhas, lagos, baías e fiordes.

É formada pela península da Jutlândia e mais de 400 ilhas. É uma mistura de influências continentais e escandinavas. O país faz parte da União Européia, mas juntamente com a Suécia e a Inglaterra não aderiu à moeda única, o euro.

A sua capital é Copenhague, fundada pelo bispo Absalon, em 1167. Localizada na ilha da Selândia, as margens do estreito de Oresund, charmosa e cosmopolita, se traduz em uma importante destinação turística do norte europeu. É a porta de entrada da Escandinávia.

Cidade com forte tradição marítima desde os tempos dos vikings; comunica-se com o Mar Báltico e o Mar do Norte através de seus canais. A cidade é um verdadeiro presente para os visitantes; percorrer suas ruas, andar de bicicleta pelas sagradas ciclovias, conhecer seus charmosos bairros, passear pelos seus canais, significa mergulhar em mais de 1000 anos de história e cultura do povo dinamarquês.

Copenhague é muito organizada, bem sinalizada, seus prédios antigos e governamentais são bem conservados, suas ruas e praças são bem cuidadas. Tem excelência em serviços públicos e seu povo é considerado como um dos mais felizes do mundo.

As guerras e incêndios a que a cidade foi submetida pela liga Hanseática, pela Suécia, pela Inglaterra e pela ocupação nazista de Hitler, destruíram a Copenhague medieval. Porém, a cidade conserva uma admirável riqueza de edifícios renascentistas, do tempo do rei Christian IV, o rei construtor.

O marco de Copenhague, símbolo de toda Dinamarca, está representado por um dos monumentos mais fotografados do mundo - A Pequena Sereia. Uma estátua de bronze de apenas 1,65m do escultor Edward Eriksen, inspirada no conto publicado em 1837, pelo poeta e escritor dinamarquês Hans Christian Andersen (1805-1875). Está localizada perto do cais do porto dos cruzeiros, na Langelinie sobre uma pedra, especialmente bela no inverno, quando o Mar Báltico congela e fica coberto por um manto branco, formando um cenário encantador.

A história da Sereiazinha que se apaixona loucamente por uma ser humano com conseqüências trágicas, é um dentre os 156 contos publicados por Hans Christian Andersen, considerado o maior escritor de literatura infantil do mundo. Entre suas obras, destacam-se os contos de fadas, como O Patinho Feio, As Roupas Novas do Imperador, A Caixinha de Surpresas, A Princesa e a Ervilha, O Soldadinho de Chumbo, Os Sapatinhos Vermelhos, A Pequena Sereia, João Bobo, O Rouxinol, A Menina dos Fósforos, João Grande e João Pequeno e A Arca Voadora.

Suas obras foram traduzidas para mais de 120 idiomas. Mas, ele não escreveu apenas contos de fadas, escreveu também peças de teatros, histórias, canções patrióticas e romances. O reconhecimento internacional aconteceu com a publicação do romance - O Improvisador, em 1835.

Além de escrever, outra grande paixão de H. C. Andersen eram as viagens. Seu lema era “viajar é viver”, que o acompanhou durante toda a sua vida. O mais importante escritor da literatura infantil nasceu em Odense, filho de sapateiro e mãe lavadeira, teve uma infância pobre agravando-se com a morte de seu pai, quando tinha apenas 11 anos, interrompendo seus estudos.

Aos 14 anos foi para Copenhague onde começou a fazer teatro. Tentou ser cantor, bailarino e ator, mas sua verdadeira vocação era a literatura e a arte de escrever. Ainda muito jovem começou a publicar seus primeiros trabalhos, entrou para a Universidade de Copenhague e depois veio o reconhecimento de seu trabalho, que o imortalizou.

Sua obra tem fortes contrastes, os sentimentos opostos – fortes e fracos, bonitos e feios, exploradores e explorados, enfim mostrava padrões de comportamento da sociedade. A melhor maneira de conhecer a vida e a obra de H.C. Andersen é visitar a sua cidade natal, Odense, que fica na ilha de Fiônia, distante 100 km de Copenhague. A cidade tem hoje sua atividade turística voltada culturalmente para a vida e a obra do famoso escritor.

A casa onde ele viveu é o coração da cidade, possui bons museus, teatros, e interessantes exposições sobre o escritor. Mas é no museu dedicado a H.C. Andersen, que se encontram as raras edições de contos fabulosos, notas, textos e cartas particulares.

A cidade é famosa e muito conhecida pelo seu charmoso e encantador bairro antigo, que conserva suas ruas de pedras, onde as casas são pequenas, baixas, coloridas e de telhados bastante inclinados. A sensação que se tem é de um verdadeiro conto de fadas.

O dia 02 de abril é o Dia Internacional do Livro Infanto-Juvenil, data de nascimento do escritor, que deu nome ao mais importante prêmio internacional do gênero: Hans Christian Andersen Awards. Turismo e letras podem e devem andar juntos; a literatura e a arte são elementos de forte atração turística e estrategicamente devem constar no planejamento turístico. O que se observa, é uma perfeita combinação entre Educação e Turismo, favorecendo a atividade, gerando emprego, renda e acima de tudo conhecimento, cultura e lazer.

Visitar as cidades de Copenhague e Odense, locais onde viveu e nasceu Hans Christian Andersen, os cenários descritos em suas obras, os monumentos, os museus, as exposições, traduzem a verdadeira essência do turismo cultural: a pesquisa e o conhecimento.

Marcelo Oliveira

(*) Publicado no JC-ONLINE em 28.11.2007

Para saber mais sobre a Dinamarca, acesse o site: http://www.visitdenmark.com/